Do sitio da coordenação do curso de Engenharia Elétrica
Atenção:
A Direção do Centro de Tecnologia comunica que será realizada uma reunião para analisar a proposta referente ao novo sistema de ingresso aos curso de graduação.
A reunião acontecerá dia 29 de março de 2010, às 14 horas, no Auditório Pércio Reis.
É necessário a participação de docentes, funcionários e alunos, que queiram participar da reunião, para análise e implementação das propostas.
A direção do DACTEC reitera a necessidade de que os alunos participem desse debate muito importante para a nossa instituição.
domingo, 28 de março de 2010
REUNIÃO SOBRE NOVO SISTEMA DE INGRESSO NA UFSM
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A democratização do acesso à Universidade pública:
A universidade pública, e a UFSM não é diferente das demais, é absolutamente elitista. Por ser uma universidade de melhor qualidade, além de gratuita, a universidade pública atrai o interesse da maior parte das pessoas que almejam o ensino superior. Claramente, disso resulta uma grande concorrência pelas poucas vagas disponíveis. Pra vencer tal concorrência é necessário muito preparo por parte do candidato e é óbvio que quem tem maiores condições financeiras, larga na frente nesse processo seletivo, uma vez que existem tantos cursinhos especializados em aprovar alunos nos vestibulares.
O vestibular, todos sabemos, de forma alguma mede verdadeiramente a inteligência dos candidatos. Apenas prova quem está mais preparado a realizar provas. E como tal preparação depende diretamente do quanto de dinheiro é gasta nela, quem tem melhores condições financeiras, possui maiores chances de adentrar nas instituições públicas.
A política das ações afirmativas foi um passo importante rumo à democratização do ingresso na universidade pública. Apesar da grande polêmica que gira em torno das cotas, pela primeira vez vimos, dentro das universidades, uma parcela da sociedade que há pouco tempo não tinha sequer a esperança de ter um diploma. Porém, destinar um pequeno percentual das vagas para uma grande parcela da população que historicamente foi privada dos direitos mais básicos, não é o suficiente, outras formas de se democratizar o acesso às instituições públicas de ensino têm que se pensadas.
Quando, em meados da década de ’90, surgiu o PEIES, ele veio como uma nova forma de ingresso na UFSM, que valorizava o esforço do candidato ainda durante o ensino médio. Não mais do que 20% das vagas eram destinadas as este novo tipo de ingresso e ele vinha como uma nova via para entrar na UFSM.
Porém, quando se pensa em destinar 80% das vagas da UFSM para esse modo de ingresso, não se está democratizando a forma de entrada nesta instituição, pelo contrário: o PEIES beneficia aqueles que estão cursando o Ensino Médio em detrimento dos que já o cursaram ou que passaram através de supletivos. E, a partir do momento que a grande maioria das vagas da instituição passam a ser ofertadas através do PEIES, a indústria dos pré-vestibulares passa a dar uma atenção maior a este modo de ingresso, que, por sua principal característica tem a necessidade de se fazer uma prova ao final de cada um dos 3 anos do ensino médio. Ou seja, agora, para o candidato estar bem preparado, ao invés de um ano de cursinho, ele deverá fazer 3 anos, o que implica em muito mais gastos e o que elitiza ainda mais o ingresso na UFSM.
Outro fator negativo de o PEIES ganhar tamanha importância no cenário regional é que, como já acontece em pequena proporção, haverá uma adequação dos currículos das escolas de toda região, ao currículo do PEIES, tirando, de certa forma, a autonomia das escolas em educar seus alunos de acordo com as singularidades culturais e sociais de cada localidade.
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